Vicente Falconi – Biografia e Legado
Caso você seja da área de Gestão Empresarial, com certeza já ouviu falar sobre Vicente Falconi, consultor, professor, mestre e guru!
Aos 79 anos, Vicente Falconi não se gaba pela fama de guru da gestão por acaso. Em seis décadas de carreira, o carioca nascido em Niterói (RJ) ganhou a admiração de líderes de grandes empresas do País.
Hoje é conhecido como um dos homens mais poderosos do país, é fundador da consultoria que leva seu sobrenome, responde por uma longa e movimentada trajetória de muito esforço e sucesso.
Uma trajetória de muitos aprendizados, de equívocos, de desafios e claro, de conquistas, o que justifica o prestígio de que hoje ele desfruta!
Confira a seguir os tópicos que separamos para que você conheça um pouco mais sobre esse gênio contemporâneo!
- Vicente Falconi – Biografia
- Vicente Falconi – Legado
Vicente Falconi – Biografia
Vicente Falconi, nascido em Niterói em 1940, é um consultor em gestão e escritor brasileiro. Graduado em Engenharia pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG (1963) e M.S. e Ph.D em Engenharia pela Colorado School of Mines (USA) em meados de 1968 e 1972.
Falconi foi professor de Engenharia na UFMG de 1964 e 1992, tendo sido agraciado pela Universidade com o título de Professor Emérito. Trabalhou durante muitos anos com os japoneses da Union of Japanese Scientist and Engineers (JUSE) em empresas brasileiras.
É sócio fundador e consultor do FALCONI Consultores de Resultados, já foi membro da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (2001) e reconhecido pela American Society for Quality como “Uma das 21 vozes do Século 21”.
Vicente Falconi recebeu homenagens do Governo Federal Brasileiro (Medalha Rio Branco e Medalha do Conhecimento), do Governo de Minas Gerais e do município de Belo Horizonte-MG.
Responsável pela publicação de 6 livros na área de Gestão Empresarial que venderam mais de um milhão de exemplares, sendo eles:
- O Verdadeiro Poder – Práticas de Gestão que Conduzem a Resultados Revolucionários;
- Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-Dia;
- Qualidade Total – Padronização de Empresas;
- TQC – Controle da Qualidade Total;
- O Valor dos R.H. na Era do Conhecimento;
- Gerenciamento pelas Diretrizes;
Assim, notamos que ao longo de sua carreira Vicente Falconi não abriu mão de se aprofundar em diversos temas dentro da sua área de atuação e por isso, sempre chamou a atenção dos grandes empresários, afinal sua disciplina em aprender e sua entrega surpreendente de resultados agradou desde o princípio seus clientes.
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Vicente Falconi – Legado
A escritora Cristiane Correa transformou a trajetória de Vicente Falconi em um livro chamado “Vicente Falconi – O que importa é o resultado”.
Neste livro ela conta desde o momento em que ele volta do Japão, em meados de 1980, com a mala cheia de métodos e conceitos que disseminou entre os empresários brasileiros, até se tornar o mais influente consultor na esfera pública.
Assim, Cristiane foi capaz de consolidar o que considera as regras fundamentais de Falconi. Ou seja, orientações de gestão que constituem o alicerce do pensamento e do sucesso de um homem que, há mais de trinta anos, é exemplo de liderança para muitos outros líderes.
Veja a seguir as 7 frases que Cristiane Correa ilustra em seu livro sobre Vicente Falconi:
1. Sem medicação não há gestão.
Descobertas aparentemente simples, mas sempre monitoradas dentro de grandes empresas podem impactar nas decisões comerciais mais acertadas.
2. Cada chefia deve ter entre três e mais cinco metas prioritárias, nunca mais do que isso. As prioridades devem ser sempre estabelecidas dentro de cada nível gerencial, de preferência por um critério financeiro.
A regra é enorme, mas para exemplificar, Cristiane trouxe o trecho abaixo. Ele diz respeito à relação de Melissa Werneck, VP Global de RH, Performance e TI da Kraft Heinz, com os ensinamentos de Falconi.
E remonta à época em que os líderes da organização sofriam com o excesso de metas:
“Melissa é uma veterana no método criado por Falconi. Mineira, cursou Engenharia Química na UFMG. Sua sala de aula ficava no oitavo andar do edifício, a poucos passos da sede da FCO [Fundação Christiano Ottoni].
Certo dia, ela e dois colegas bateram à porta da fundação e pediram para participar, de graça, de um dos cursos oferecidos, pois, como estudantes, não tinham condições de bancar o treinamento. Foram encaminhados a Falconi.
Para surpresa dos universitários, o Professor topou encaixá-los numa das turmas.
Depois da graduação, ela cursou um mestrado no Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead), a escola de negócios da UFRJ. Ao concluí-lo foi convidada para trabalhar na recém adquirida ALL, onde retomaria o contato com Falconi.
Tornou-se defensora ferrenha do método e fez o treinamento de Green Belt [certificação relacionada a processos]. Muito do que Melissa levou para a Kraft Heinz nasceu da experiência gerencial que desenvolvera ao longo dos quase 12 anos na empresa de logística. Um dos aprendizados importantes foi exatamente o que não fazer de novo nas empresas de alimentos.
“Seguimos o mesmo modelo mental da ALL, mas simplificamos algumas coisas. No passado ficamos tão empolgados com o método que acabamos complicando um pouco. Por exemplo, percebemos que não era necessário treinar toda a equipe gerencial como Green Belt”.
Quando você simplifica e deixa tudo às claras, a sensação é libertadora!”
3. Um problema é a diferença entre a situação atual e a meta
As pessoas não devem evitar entrar em contato com o problema: ao contrário, precisam mergulhar nele!
Veja a situação:
O responsável pelo setor fez uma apresentação detalhada do funcionamento da unidade e de sua grande eficiência. Todos estavam satisfeitos com os resultados exibidos. Só Falconi parecia incomodado.
Até que se aproximou do executivo encarregado da área e falou: “Meu filho, eu não sei ajudar o que está indo bem. Só sei ajudar quem tem problema. Se você não me falar, não vou ter o que fazer”.
Ou seja, Falconi nos ensina que expor o problema é bom; ruim é tentar escondê-lo ou fazer vista grossa. Apenas quando um problema é identificado ele pode ser solucionado.
4. Alta rotatividade de funcionários é inaceitável numa empresa.
Indica a insatisfação das pessoas com as condições de trabalho e equivale a um vazamento de informações da empresa.
5. Liderar é bater metas consistentemente, com o time fazendo certo.
É preciso sempre estar atento ao modo como vendemos e não apenas focar em entregar resultados que no futuro podem trazer problemas por falta de monitoramento e gerenciamento.
Precisamos saber como lidar com as pressões por resultado em vendas e ainda continuar estimulando seu time para que entreguem o melhor que podem.
6. Desculpas não constroem uma organização e são patéticas.
Quando um vendedor não consegue bater suas metas, o que mais fazem é dar desculpas ou explicações, e isso pode ser letal para os negócios.
7. Os resultados do passado não servem para o futuro.
Para encerrar os principais ensinamentos que Falconi prega, Cristiane Correa menciona que esta: “é uma faca de dois gumes: um diz respeito à necessidade de segurar a onda, de entender que, o que vale hoje não, pode não valer amanhã.”
Para ilustrar de uma forma mais clara esse pensamento, ela compartilha o que ouviu de Luiz Fernando Furlan, então presidente da Sadia, enquanto relatava o que aprendeu com o professor Falconi.
Diz respeito à época em que o executivo servia o exército, numa cidade no interior de São Paulo. Lá, tinha uma praça e um banco – que era ininterruptamente vigiado por soldados.
O motivo de toda essa vigília era porque o sargento resolveu pintar o banco e pediu para um soldado cuidar para que ninguém sentasse, relembra Furlan. “E ele ficou até depois de a tinta secar. Quando não perguntamos, quando deixamos de questionar, ficamos fazendo sempre a mesma coisa, pela força do hábito e o mesmo acontece com as vendas, precisamos sempre estar inovando”.
Dica de leitura: Como manter os vendedores com foco nos resultados