Luiza Trajano, popularmente conhecida como a rainha do varejo brasileiro, atualmente se afastou do cotidiano do Magazine Luiza para se dedicar a causas como empreendedorismo.
Acompanhe a seguir toda biografia e trajetória desta empresária que mudou a forma de vender no Brasil.
- Quem é Luiza Trajano?
- Luiza Trajano – Legado
Quem é Luiza Trajano?
A história de Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, considerada a maior acionista e atual presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza, se confunde com a história da própria rede varejista – muito embora o nome da rede não venha especificamente de Luiza Helena, mas de sua tia, xará e primeira dona daquela que viria a ser uma das maiores empresas do Brasil.
Nascida em 9 de outubro de 1948, na cidade de Franca, aos 18 anos Luiza ingressou na Universidade Federal de Franca, onde conheceu seu marido Erasmo, namoraram por seis anos até se casarem. Em três anos e meio, nasceram o primogênito, Frederico Trajano, a filha Ana Luiza e a caçula Luciana.
Os três seguiram, de certa forma, os passos da mãe: trabalhando durante as férias para ganhar algum dinheiro.
Luiza Trajano é formada em Direito desde 1972 e começou a trabalhar na loja e passou por diversos departamentos antes de assumir a liderança na organização, em 1991.
Sob sua direção, a empresa criou as primeiras lojas virtuais, com vendas pela televisão, a Liquidação Fantástica, que arrastava consumidores em busca de grandes descontos no mês de janeiro, e começou sua expansão para o Paraná e o Mato Grosso do Sul.
Em 2000, foi lançado o site de comércio eletrônico da companhia, o qual começou um processo de aquisição de outras redes como as Lojas Líder, Lojas Base, Kilar e Madol. Em 2008, a empresa inaugurou 46 lojas no mesmo dia em São Paulo. Dois anos depois chegou ao Nordeste.
A chegada à bolsa ocorreu em 2011, com IPO da companhia Capitalizada, ela manteve o ciclo de aquisições nos anos seguintes, com a compra do Baú da Felicidade, a startup de logística Logbee, o maior e-commerce esportivo do Brasil, Netshoes, e o marketplace de livros Estante Virtual.
Ainda que Luiza Trajano tenha cedido à presidência da companhia para Marcelo Silva, até então diretor superintendente da empresa, seu filho, Frederico Trajano, responsável pela guinada digital da empresa, estava sendo preparado para assumir a liderança.
Ele já havia implementado importantes mudanças, como a criação do LuizaLabs, um laboratório de tecnologia e inovação focado em desenvolver projetos, e foi o responsável pelo lançamento da Lu, o avatar com mais de 4 milhões de seguidores no Instagram que foi criado para dar assistência às vendas online e se transformou em uma “influenciadora digital”.
Frederico assumiu o comando da varejista em 2016. Nos primeiros 23 meses de sua gestão, multiplicou o valor de mercado da empresa por 30. Luiza segue norteando os rumos da varejista como presidente do Conselho de Administração.
Com o negócio da família em boas mãos, Luiza Trajano dedica-se ao grupo que formou com outras empresárias, o Mulheres do Brasil, e empreende esforços para apoiar os micro e pequenos empresários.
Luiza Trajano é a única filha de Clarismundo Inácio e Jacira Trajano Inácio. Nascida e criada em Franca, no interior de São Paulo, ela teve duas grandes influências femininas na sua criação: sua mãe e sua tia.
Sua mãe lhe dava liberdade para a filha tomar suas decisões, estimulando-a a pensar em soluções para seus próprios problemas. Com a tia, compartilhava a veia empreendedora e o primeiro nome: Luiza.
Sua tia passou boa parte da vida trabalhando como vendedora, mas, depois de casar com Pelegrino José Donato, deixou de lado a profissão para seguir o marido. Entretanto, a vontade de ter um negócio próprio a fez comprar uma pequena loja.
Luiza fez um concurso na rádio local para escolher o novo nome da loja (em troca de um colchão novo). Com a fama de boa vendedora, foi natural que o nome escolhido fosse uma espécie de homenagem. Nascia, neste momento, o Magazine Luiza.
Luiza, a sobrinha, teve a grande oportunidade de experimentar desde pequena o que é trabalhar com o varejo. Filha – e sobrinha – única, era muito paparicada. Porém ela gostava de mimar os outros também.
Quando tinha 12 anos, ele decidiu que iria dar presentes de Natal para todos os familiares. Em vez de dizer que não tinha dinheiro, sua mãe a encorajou a encontrar sua própria solução: “trabalhe, junte seu dinheiro e compre seus presentes”.
Então, Luiza trabalhou durante seu período de férias escolares como balconista na loja da tia. A experiência foi tão enriquecedora que Luiza decidiu repetir a dose nos anos seguintes, durante as férias escolares. Ela se tornaria oficialmente funcionária do Magazine Luiza aos 17 anos, depois de concluir o ensino médio.
Luiza Helena queria estudar Psicologia, mas a graduação não estava disponível em Franca, naquela época. A solução encontrada foi estudar Direito e Administração. Assim, Luiza se formou no primeiro curso em 1972, mas não chegou a concluir o segundo.
Também não chegou a praticar o Direito um dia sequer: já estava imersa na rotina do Magazine Luiza, enquanto a rede se expandia com a compra de lojas regionais.
Trajano foi vendedora, gerente de loja, encarregada e compradora até receber, em 1991, um bilhete da tia com um chamado: era o momento de assumir a liderança da empresa. E ela não poderia estar mais preparada.
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Luiza Trajano – Legado
Em meados de 2009, Luiza já havia passado o controle do cotidiano da companhia para Marcelo Silva, executivo com passagens por Pernambucanas e Bompreço. Ela assumiu a presidência do Conselho de Administração do Magazine Luiza, enquanto seu primogênito, Frederico Trajano, era preparado para assumir o comando.
À frente das iniciativas digitais da companhia, como a criação do LuizaLabs, laboratório de tecnologia da empresa, e o avatar Lu do Magalu, que tinha o papel de auxiliar os clientes nas compras online, Fred assumiria a presidência do Magazine Luiza em 2016.
Atualmente, com mais de 35 mil colaboradores e marcas tão distintas quanto Netshoes, Zattini, LogBee, Época Cosméticos e Estante Virtual, a empresa opera 1.113 lojas físicas distribuídas em 819 cidades de 21 Estados e abriu, só em 2019, cinco novos centros de distribuição – totalizando 17 – em diferentes regiões do país.
Em 2013, Luiza Helena foi uma das 40 criadoras do grupo apartidário Mulheres do Brasil, que surgiu durante um almoço entre as empresárias.
Com mais de 68 mil participantes, o grupo é presidido por Luiza Helena e conta com 22 comitês e 110 núcleos de trabalho (inclusive fora do Brasil), atuando em parceria com diferentes esferas de poder para fomentar a adoção de políticas afirmativas como a inserção de refugiados no mercado de trabalho, a capacitação de empreendedoras e a projeção de mulheres candidatas a cargos políticos.
O grupo também faz parte de iniciativas como Rede Brasil do Pacto Global da ONU e defende publicamente temas como Marco Legal do Saneamento.
Embora Luíza já não esteja mais à frente da direção do Magazine Luiza, coube a ela defender publicamente o programa de trainees exclusivo para negros lançado pelo varejista.
Atacado em redes sociais como “racismo reverso”, o programa foi lançado em 202 para corrigir um problema no quadro de funcionários da rede: embora 53% dos colaboradores sejam negros, apenas 16% dessa liderança é ocupada por pretos e pardos.
Para Luiza, “cota é um processo transitório para acertar uma desigualdade”. Essa é a mesma resposta que ela dá sempre que perguntada sobre sua opinião acerca de cotas para mulheres em conselhos de empresa.
O Magazine Luiza procura, nesta causa, liderar pelo exemplo, sendo uma das nove empresas listadas na B3 com três mulheres no conselho.
Assim, o império Magazine Luiza se consolidou devido a muitos esforços e por isso tornou-se um sucesso absoluto em vendas.
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