Jorge Paulo Lemann – Biografia e Legado

Jorge Paulo Lemman

Jorge Paulo Lemann, é um economista carioca responsável por um império do capitalismo mundial. Afinal, foi ele quem criou o Banco Garantia e investiu fortemente em empresas como Lojas Americanas, Brahma e a Antarctica, que formam a Ambev.

Lemann, atualmente é visto como inspiração para muitos empresários que sonham em construir negócios bem estruturados e serem sucesso em vendas.

Acompanhe a seguir os principais tópicos que separamos para que você conheça e se inspire na história e legado de Jorge Paulo Lemann, um homem que nunca teve medo de errar!

  • Quem é Jorge Paulo Lemann
  • Construindo um império com Jorge Paulo Lemann

Quem é Jorge Paulo Lemann

Nascido em 26 de agosto de 1939, filho de pais de origem suíça (pai nascido na Suíça e mãe filha de emigrantes) Jorge Paulo Lemann herdou a dupla cidadania e conquistou ao longo dos anos  o posto de uma das pessoas mais ricas do mundo, com uma fortuna estimada em R$91 bilhões (de acordo com a lista da Forbes de 2020).

Sua família nunca teve grandes problemas financeiros, já que seu pai veio da Suíça no começo do século XX, deixando para trás o negócio de fabricação de queijos e laticínios familiar – o qual existe até os dias de hoje.

Assim que chegou ao Rio de Janeiro Paul Lemann, pai de Jorge, começou a trabalhar em um fabricante de sapatos, mas, depois de uns anos no Rio, decidiu que retornaria ao negócio da família e fundou a fábrica de laticínios em Resende, a Lemann & Company, popularmente conhecida como Leco.

Paul Lemann casou-se com Anna Yvette, filha de um casal de suíços, e foi morar no Leblon em uma casa sem muitos exageros.

Quando completou 14 anos, Jorge se deparou com a morte do pai, o que abalou a estrutura da família, mas Anna insistiu para que Jorge continuasse se dedicando aos estudos.

Jorge Paulo Lemann se formou no ensino médio, anos depois e recebeu dos amigos o título de “most likely to succeed”.  E os amigos acertaram em cheio, em 1957, Jorge foi estudar economia em Harvard e chegou a ser convidado a passar um ano longe da faculdade depois de se envolver com fogos de artifícios no campus.

Entretanto, ao invés de se afastar da faculdade, Jorge Paulo determinou que iria terminar o curso em dois anos, ao invés de três anos, que seria o tempo normal e conseguiu!

Quando voltou ao Brasil, Jorge Paulo Lemann estava à procura de emprego, desejava trabalhar no mercado financeiro e conseguiu uma vaga na Deltec, uma empresa criada no Rio de Janeiro em 1946 para negociar ações no mercado latinoamericano.

Desanimado com a precariedade do mercado de capitais no Brasil, Lemann utilizou sua dupla nacionalidade para tentar estagiar no exterior. Conseguiu uma vaga no banco Credit Suisse, em Genebra. Mas não gostou.

A burocracia, a hierarquia e os processos lentos e engessados fizeram com que o jovem pedisse para sair do estágio antes mesmo de completar um ano.

Em 1963, de volta ao Rio, foi contratado pela financeira Invesco. Lá ele pode estruturar uma área de mercado de capitais que, em pouco tempo, começou a incomodar as tradicionais operadoras da Bolsa de Valores com uma espécie de “bolsa paralela” que chegou a movimentar 5% do volume da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

Em pouquíssimo tempo, conseguiu uma promoção e se tornou sócio da empresa, mas em 1960, a Invesco quebrou.

Dessa quebra Lemann tirou duas importantes lições:

  1. É tão importante cuidar das receitas quanto das despesas;
  2. É preciso ter gente boa e bem remunerada em todas as áreas do negócio.

Foi na Invesco que conheceu Jorge Carlos Ramos da Silva, quem seria seu sócio na corretora Libra. Os dois amigos conquistaram de entrada uma participação de 26% no negócio, dividido igualmente.

A dupla fez a corretora deslanchar e dar oportunidades para vários talentos que acompanhariam Lemann em outras jornadas, como Luiz Cezar Fernandes.

Foi em 1970, aos 31 anos, após tentar, sem sucesso, comprar o controle da Libra, Jorge Paulo Lemann foi obrigado a vender sua participação por US$200 mil.

Já em 1971, com o dinheiro, as pessoas certas – Ramos da Silva e Luiz Cezar- e dois investidores, comprou um título da corretora Garantia. Em 1972, Marcel Herrmann Telles foi contratado para trabalhar como liquidante e, em 1973, Carlos Alberto Sicupira, também começou a trabalhar na corretora. Esses sócios permanecem juntos até hoje.

Dica de Leitura: Ambição em vendas

Construindo um império com Paulo Jorge Lemann

Em 1976, o banco americano JP Morgan tentou comprar uma parte do Garantia, entretanto, Lemann dificultou a negociação e decidiu entrar no ramo de bancos de investimento.

Ao mesmo tempo, mas aos poucos, Lemann foi obrigando os sócios fundadores a venderem parte da sua sociedade para que ele pudesse repassar para os novatos.

Foi em 1982 que começou a se transformar em empresário, quando o Garantia comprou a Lojas Americanas. Com a gestão financeira anterior ineficiente, a empresa afundava e, segundo um cálculo de Lemann, estava tão barata que, mesmo que desse tudo errado, seria possível lucrar com a venda dos imóveis.

Beto Sicupira foi o escolhido para estar à frente da companhia. Foi nessa época que, em busca de benchmark, Lemann e Beto foram visitar Sam Walton, fundador do  Walmart, que viria mentor e amigo de ambos.

Em 1933, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel fundaram a GP Investimentos, empresa de private equity. No ano seguinte, o Garantia teve o melhor ano da sua história, com lucro de quase US $1 bilhão, porém, quatro anos depois, abalado pelos efeitos da crise asiática, o Garantia foi vendido para o Credit Suisse por US $675 milhões.

Era o fim de um sonho. Entretanto, o pesadelo não durou muito. O foco de Lemann já estava em outros negócios. Sempre pensando positivo! 

A criação da Ambev

Nove anos antes de ser vendido, em 1989, o Garantia crescia e enchia seu caixa. Com dinheiro sobrando, Lemann decidiu comprar a Brahma por US $60 milhões. Marcel Telles foi o escolhido para transformar a Brahma em um negócio lucrativo com a meta inicial de cortar as despesas em 10% e aumentar a receita na mesma porcentagem.

Deu tudo certo! Dois anos depois, o faturamento havia crescido 7,5%, o lucro triplicou para 35% dos melhores funcionários receberam um bônus de até nove salários. Era o embrião do que viria a ser a Ambev, depois viraria InBev e, finalmente, AB InBev.

Em 1998, foi implementado na empresa o Orçamento Base Zero, um programa radical de controle de custos que prevê a revisão anual de todas as despesas da companhia – não só dos aumentos que acontecem de um ano para o outro.

Foi esse programa, mais conhecido como OBZ, o responsável por fazer as contas da Brahma entrarem nos eixos o suficiente para que a empresa pudesse, em 1999, arrematar a concorrente Antarctica e criar a Ambev depois de apenas 45 dias de negociação.

Surgia assim, a quinta maior fabricante de cervejas do mundo.

A cultura organizacional que se estabeleceu foi a da Brahma, a qual bonificava com até 18 salários quem batesse suas metas. Todavia, o ambiente de trabalho polêmico chegou a motivar processos de ex-funcionários por assédio moral.

Em 2004, após meses de negociações, foi anunciada a fusão da Ambev com a belga Interbrew, a qual deu origem à líder do setor cervejeiro em volume, com receita anual somada de 12 bilhões de dólares, atuação em 140 países e 12% do mercado.

Em pouco mais de dois anos a Ambev teve um aumento de 150% – o que deu aos brasileiros a possibilidade de ir atrás da Anheuser-Busch, fabricante da Budweiser.

Já em Novembro de 2008, por US $52 bilhões, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira se tornaram os controladores da cervejaria americana. A nova empresa foi batizada de AB InBev e o carioca Carlos Brito se tornou seu principal executivo.

Após conhecer toda história e legado de Jorge Paulo Lemann conseguimos entender toda admiração e respeito que todo o mercado financeiro tem com ele, afinal sua trajetória serve de inspiração para todos!

Leia também: Como criar um negócio de sucesso

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Vídeo Bônus – A Incrível Vida de Jorge Paulo Lemann

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